"Eu escrevo como se fosse para salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida." (Clarice Lispector)

quarta-feira, setembro 01, 2010

Vivendo.

Sou exatamente como Clarice Lespector. Dramática, intensa, transitória e tenho uma alegria em mim que quase me deixa exausta.  Eu sei sorrir com os olhos e gargalhar com o corpo todo. Eu sei chorar toda encolhida abraçando as pernas. Por isso, não me venha com meios-termos, com mais ou menos ou qualquer coisa. Venha a mim com corpo, alma, vísceras, e falta de ar. Só assim se pode fazer uma viagem que leva ao infinito. Não sou completa. Completa lembra realizada. Realizada é acabada. Acabada é o que não se renova a cada instante da vida e do mundo. Eu vivo me completando, mas falta um bocado. 
Ando mergulhando nas letras românticas e através delas descubro quem sou eu realmente e o que vive dentro de mim. Foi bom conhecê-lo. Me deu fé. Uma energia. Meus olhos brilham que nem purpurina. Acredito assim como Guimarães Rosa, que só se pode viver perto de outro e conhecer outra pessoa sem perigo de ódio, se a gente tem amor. Qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso na loucura. 
No começo contigo, achei uma poquinho mágico entre a gente. Mágico suave. Você sabe - nós ali, lado a lado. Mas do que saudade dele, é saber do que sou com ele. Tem gente que entra na nossa vida de forma providencial e se encaixa naquela história que gosto de imaginar: surpresas que Deus embrulha para presente e nos envia no anonimato. Surpresas que só sabemos de onde vêm porque chegam com o cheiro dele no papel. As vezes me perco no meu próprio infinito particular.
Deus, põe teu olho amoroso sobre todos aqueles que já tiveram um amor e de alguma forma insana esperam a volta dele. Que os telefones toquem. As cartas finalmente cheguem. E o amor prevaleça.
(Priscilla Gilarde)


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